Remendo com não-palavras
que poesia é mais vida que palavra
porque tem vontade própria.
Do que passou
desata todos nós
redime a todos nós
em diluição
porque também passaremos.
Lealdade é como respeitar
a transparência do que aparenta
e sempre estar
atento, meditativo.
De forma que para enxergar o outro
há de se apagar os olhos de si.
Caso contrário, escorre
o espelho se torna vazio de imagem
e passa a rugir vaidade traiçoeira.
Como a que seduz Narciso
às águas fundas de um rio sagrado.
Caso contrário,
o que é possível encontro
se torna repetição de qualquer coisa já vivida
e não-presente, refletido em vão.
...
Que mal nenhum me tome os olhos de certeza.
Para assim, livre de qualquer desvio
superar firme a armadilha da clareza.
Porque não me é permtido
dizer além do que o ouvido pode ouvir.
Coisas assim não devem jamais cair
nas correntes tortas de vento sul.
Não é de bom tom
tocar pontos que fogem ao alcance
que escapam de escolha
e que tocam outros pontos.
E não convém sair de si por atalhos tortuosos.
Ainda que necessário seja
protejer-se à luz do sol .
Somente aceito, porque sou feita de sonhos.
A única ilusão que não cabe nos sonhos
dos que recordam-se sonhadores
é escapar a ilusão.
E conheço a estrada
nos lampejos raios de luz trovãoque cortam os céus,
isso não me isenta porém,
de tropeçar os pés
nas sempre pedras do caminho.
2 comentários:
ISSO!
É!
desata nós
e desata "NÓIS"
processos... lembra?
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