1.10.08

visível

É sempre bom ter cuidado
ao transportar imagens
do sutil ao concreto.

O sentido por trás do visível
Fragrâncias e sutilezas
Desapercebidas,
ou tomadas por não-dito.

E não pude dizer ao certo
Do que estava posto e visível
Para tal, haveria de não haver ressalvas.
É que soltar as rédeas
faz tremer o chão debaixo dos pés

Há palavras que calam etéreas
Pois sequer cabem tão claras
Fumaça de café preto no frio
Pontilhada e transparente
Ondulante
Uma gota que se perde ao oceano
Se entrega e dissolve
Desobstruindo fluxos

É que leveza a ser profunda
Há de ser cheia de vazio
Cheia de espaços não-ditos
Recônditos esconderijos

E palavras não preenchem
Como fumaça densa,
podem turvar ainda mais
o espaço que conecta olhares
Entre.

O que havia de dizer
está posto no silêncio dos olhos.

Um comentário:

Unknown disse...

Eu sou como uma gota no oceano...

"O que havia de dizer está posto no silêncio dos olhos."

Eu gostaria de ser menos insegura para poder acreditar no que vejo no silêncio dos olhos. Eu tenho medo...

Minha poetisa preferida, é sempre bom ler o que você escreve...
Escuto sua voz quando leio...