26.12.10
descompasso
Minha fonte de energia
É minha paz de espírito,
A tranqüilidade e o ritmo das batidas do meu coração
Como tambor guia do tempo interno
A sintonizar com o tempo do mundo.
Sincronia.
Não faço esforço de desperdício
quando deixo-me levar pelos movimentos fluidos
que respeitam meu corpo, minha alma, meu tempo.
Quando o estrondo agressivo e barulhento
me brada forte no ouvido,
Ceifa-me a motivação sincera de ser
neste estado de existir no tempo natural
Oscilo entre a luz clara dos potenciais vislumbrados
e a escuridão da perda de sentido que me é tomado de assalto
pela inconseqüência da frustração tua,
minha, de todos, e de ninguém.
Que se fazem ecoar, intensas
E que no eco se multiplicam.
É um duelo de forças ocultas
E é no fluxo e contra-fluxo do tempo chronos
que existe uma alavanca chave
que reverteria esse descompasso coletivo.
Então como trazer às vistas claras
o sentido de crer e não crer,
sem lhe calem e que lhe tapem os ouvidos?
Ouvir é receber.
Receptividade feminina de aceitar
É yin. É yang também
Tanto eu lanço as canelas
à fortes pancadas no escuro
E não encontro saída
Algum vaso se rompeu nessa ligação sutil
E o sentido de reconectar aqui
É mais receber e aceitar e esperar
Do que dizer, pensar agir, decidir e ordenar.
É yin. È yang também.
É integração dos opostos
É limpeza interna, meu pai
É ouvir a voz do vento
É ouvir a tua própria voz interna
Silenciando todo fazer cego, seco
É alma nas coisas e no fazer
E ritmo sem cansaço de exaurir as forças íntimas
É sim, revisão de valores.
E aceitar o novo,
eliminar contradições
e integrar os opostos em síntese
É a última chamada de um trem que se prepara para partir
a cada instante.
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