Mais uma sobre propósito:
Como uma grande peça a vida,
em que os papéis personagens são
convocados em sorteios aleatórios.
Hora se faz o papel do forte, da vítima,
do conhecedor e do vazio.
Um personagem permanece
mas se esconde em todos os outros.
E agente brinca de encontrar,
apontando por trás das coxias.
É a testemunha que se vale do ego para brincar de teatro.
E de esconde-esconde
Só mesmo o ego se leva a sério!
E algumas vezes se recusa
querendo desempenhar sempre o papel principal.
Do mocinho iluminado
que nunca fala das coisas do lado sombra,
só perfeição.
Daquele que conquista sempre o que quer.
Mas o final feliz sempre fica no delírio.
Inexiste.
Inexiste nesse mundo de caos transitório.
Sobretudo final não há.
Nessas brincadeiras de criança,
Ilusão mesmo é o desejo e a conquista
Que nada para em sua mão se não existe
Nada disso
Nada se tem
Nada há que se ter.
Tudo termina inacabado e não termina
Só passa o bastão adiante.
Ilusão maior desse teatro do propósito
é que é sempre meio e nunca fim.
No processo tudo acontece como deve e nunca alcança.
E no inconstante inacabado habita o valor
do eterno observar.