12.4.09

crua


Te sonhei flutuando noite passada.
Prédio abandonado escuro,
e eu espiava.
E sabe do que mais?
Te via bem de longe,
e você me desapontava.
Uma vez mais.

Nada que ver com essa fraqueza
descabida de outros carnavais.
E já prevista pela repetição
Isso tudo é processo.
Vejo a beleza mais certa no escuro.
Nem me importo mais em dividir!

Acho que é o não querer saber,
porque eu sim quero.

Lhe ofertei uma bandeja recoberta de verde
e toda uma vida do que disponho.
Fiz naquela visão uma escolha,
e tantas vezes até aprender, eu disse sim.
E direi sempre que vier a mim.
Coisa que me é mais difícil.
A não-escolha é uma escolha.
E se assim for, te encontro lá no fundo.
Acabar nunca acaba,
mas não espero nem mais um minuto
porque amanhã nunca chega.

Então vou indo em frente
e se mudar de idéia
aperta o passo.

Um comentário:

Káh Mazarak disse...

Nossa Amanda, é lindo, e ao mesmo tempo me parece triste.
Não sei,talvez seja só uma impressão, me fez chorar, e pensar.
É fundo, fundo msm.

bjos